CARTAS DE AMOR 025

Não sei dizer como minha história começou Nossa história

Lembro-me das palavras Corria um vento morno por entre as árvores, e tua voz misturando-se com as linhas de teu corpo em meus olhos O movimento de tua boca a prender-me os desejos
Nus, descalços, meu corpo palpitando junto ao teu, festejamos nossos sonhos de cenas exóticas de paixão
A água em nossa pele e eu diante do contorno viril de teu tórax Desci minhas mãos na tua epiderme, sorvi-a beijo a beijo navegando nos caminhos fecundos de teu peito.
E tu, meu amado, a me sussurrar: “Quero teu corpo! Eu sou a água da tua sede... Sacia-te de mim
Gentis teus dedos em minhas pernas, e todas as curvas de meu corpo em realismos de prazeres
Alta noite eu bêbada de tua fragrância masculina, em completo torpor de puro deleite, mas ardente e vaporosa; pedi-te outro sol, outra lua, novas paragens de amor.
Ah, nossa história veio de mansinho... numa ânsia de amar!... Fecundou em nossos pensamentos escaldou-nos os sonhos por noites e noites em que ficávamos a imaginar como seria quando nos encontrássemos!... Uníamo-nos em palavras, em versos saídos do peito Dependuramos nossos desejos numa linda imaginação... Eu era tua amada secreta e tu meu eterno amante
Mas explica-me! Em que se baseou o teu amor? Fico aqui gritando dentro de minh’alma, chorando num secreto silêncio E não sei o porquê de teu adeus
Somente a lua comigo na noite neste deserto de tua ausência E meus olhos que já viram os teus por mim enamorados Em febre de lágrimas